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Foto do escritorbeatriz zanetti

TEMPO

Como designer, não consigo não pensar em tempo quando o assunto se trata sobre joalheria, pois a própria peça bem conservada pode se tornar eterna, mas além disso as joias também contam histórias.

Existem registros de adornos corporais (joias rudimentares) com mais de 35 mil a.c. vindas do período paleolítico, o mesmo período das pinturas nas cavernas. Relatos de arqueólogos e pesquisadores que afirmam que a joalheria surgiu junto com a pintura, não conseguindo separar uma coisa da outra, é como perguntar o que veio primeiro, o ovo ou a galinha?!

Na história da humanidade os adornos corporais sempre foram utilizados pela necessidade humana de fazer parte de um grupo e para se destacarem dentro do mesmo. Pelas variadas funções que assume em diferentes épocas e culturas distintas a joia sempre esteve presente, é moeda universal que não perde seu valor material, documento que resiste ao tempo, patrimônio impregnado de sentimentos e de história.

Em tempos modernos, conhecem-se histórias de povos que devido a guerras e perseguições foram obrigados a deixar seus países e a abandonar seu patrimônio, mas conseguindo manter consigo suas joias, recomeçaram suas vidas graças a essas moedas universais, entre o povo cita – migrantes indo-europeus do século VIII a.C., de quem não se conhece nem escrita nem moeda –, a joia serviu de suporte, uma espécie de documento que trouxe até nós vestígios de sua cultura. As joias sejam exclusivamente como adorno, sejam ainda para outra função como a vestimenta, são suportes para insígnias específicas dos ocupantes de um território, marcas de um momento histórico, sinais importantes no relacionamento de um indivíduo com determinado grupo.

Portanto, a joia é o encapsulamento do tempo, eternizando as horas e dias de um artesão em um objeto, é como a fotografia que para o tempo.

Mas vejo a joalheria indo um pouco mais além da fotografia, pois ela também é uma afirmação de uma marca individual, como um casamento, formatura, um momento onde você quer guardar e se auto presentear. Para mim, a joalheira é lúdica, rica em memórias, sentimentos, histórias e é desses sentimentos que surge a coleção tempo.


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